PAISAGENS DO AUDIOVISUAL






MOSTRA DE VÍDEO "PAISAGENS DO AUDIOVISUAL"
Curadoria: Elena Sánchez-Velandia, Marcus Bastos e Lucia Leão


CONCEITO


A mostra de vídeos PAISAGENS DO AUDIOVISUAL ocorre em paralelo ao IV Encontro de Pesquisa CCM: transformações na cultura das redes e o pensamento do audiovisual, nos dias 16 e 17/08, das 10h às 18h, no TUCA – Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - SP. A mostra articula três olhares sobre o audiovisual.

Como a arte e o audiovisual discutem problemas atuais como o feminismo, o pensamento pós-colonial, a globalização, as redes sociais e a crise ambiental? Pensar a arte além da dicotomia kantiana entre o estético e o conceitual é o desafio na curadoria de Elena Sánchez Velandia. No primeiro grupo de vídeos, foram selecionadas obras latino americanas que, nutridas pela poesia, ironia e « estética », levantam questões na interface da arte e da política. Colombiana, Elena é filósofa, artista, e Doutora em arte, filosofia e estética, pela Université de Picardie Jules Verne, UPJV, França, 2017. Sua tese, com título “Reflexões para uma filosofia menor", teve como foco a arte do conceitualismo latino-americano e teve como Orientador Lorenzo Vinciguerra. Atualmente desenvolve pesquisa de Pós Doutorado no Programa de Pós Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, com supervisão de Lucia Leão e bolsa CAPES. É membro do CCM. Na seleção de Velandia, estão presentes vídeos de Andrea Aguía, Mario Opazo, Juan Manuel Echavarria e Gabriela Golder, entre outros.

No segundo grupo de obras, Marcus Bastus, professor do Curso de Comunicação e Multimeios da PUCSP, nos oferece a oportunidade de conhecer os trabalhos de estudantes sob sua orientação. Numa época em que aumenta a complexidade do pensamento audiovisual, os trabalhos apresentam perfis diversos, transitam entre a ficção, o documentário e o ensaio, recorrendo, ora ao suspense, ora ao humor, ora ao registro da realidade, para discutir questões da atualidade. Os vídeos foram realizados na disciplina "Temas Avançados de Produção Audiovisual", em uma experiência em conjunto com os professores de direção de fotografia, edição de som e montagem, Diego Arvate, Bruno Rico e Nicolau Centola.

É possível desenvolver um tipo de pensamento complexo utilizando as linguagens do audiovisual? Com o título “As audiovisualidades como espaço de pensamento”, o terceiro recorte curatorial apresenta a série de vídeo-experimentos "Following Seven Alchemical Metals # Metallurgy, Media, Minds", de Patricia Pisters, Professora da Universidade de Amsterdã, juntamente com os trabalhos de vídeo ensaios dos alunos da disciplina de Linguagem Imagéticas do curso de Comunicação e Multimeios da PUCSP. Com autoria de Lucia Leão, o projeto é parte de uma pesquisa maior que busca cartografar as potências de produção de conhecimento que emergem de experimentações ensaísticas das audiovisualidades. Os vídeo ensaios são resultados de um projeto integrado com os professores Elisabeth Alfeld Rodrigues, Ane Shyrlei Araújo, Zuleica Camargo, Cida Caltabiano, Marli Alencar e Hermes Renato Hildebrand.


PROGRAMAÇÃO



Quinta-feira, 18 de agosto de 2018, 12h.



Curadoria Marcus Bastus 

(duração total: 36 min)

Prato do dia, 2018, 7:50 min

Bruna Moysés
Gabriel Alviano
Dora Campanella
Giovanna Pagoto
Isabela Toledo
João Pedro Mello
Adriano Sadeck
Murilo Akstein
Isabela Toledo

Elisa, 2018, 7 min

Vitor Assan
Isabela de Andrade
Gabriela Duarte
Dayane Ferreira
Gabriel Bardella
Letícia Lasmar
Lívia Aguiar

Resistência, 2018, 12 min

Ana Cezere
Beatriz Gabriel
Daniel Porto
Giulia Vilaverde
Kaka Flandoli
Ma Liberal

O sagrado feminino, 2018, 12 min

André Porto Alegre
Igor Mendonça
Ligia Vieira
Macarena Perez  
Mariana Vieira
Nathan Barros
Nicole Lambert
Sofia Ribeiro Nicoluzzi


Curadoria Lucia Leao

“As audiovisualidades como espaço de pensamento – parte 1”
(duração total: 42 min)

A Teoria da Pixar, 2018, 13:12 min

Fernanda Sarli
Júlia Rossi
Leticia Soares
Michael Okamura

O Tempo, 2018, 03:51 min

Catun Razuk
Gabriel Augusto
Gabriel Inocentti
Maria Beatriz Barreto
Mariana Macedo
Mariana Moura

Anakin Skywalker - O Amor Como Solução, 2018, 15:00 min

Lucas Revoredo
Caio Lucas Domingues
Gabriel Colla
Jean Luca

Comunicação, linguagem e tempo em "A Chegada", 2018, 02:34

Beatriz Costa
Sofia Bolina
Pietra Sayuri
Alicia Rodrigues

Fruto do Meio, 2018, 03:25 min

Tarcila Rigo
Isadora Totaro
Laura Leite

Corpo Público, 2018, 06:05 min

Ana Luísa Dias Farah
Bárbara Diacópulos
Júlia Surita
Maria Paula C. Ferreira
Maria Rita Vittorello

Blade Runner 2049 - Uma Simples Sofisticação, 01:52 min

Tom Olcese



Sexta-feira, 17 de agosto de 2018


Curadoria Lucia Leao

 “As audiovisualidades como espaço de pensamento – parte 2”

Following Seven Alchemical Metals # Metallurgy, Media, Minds

Patrícia Pisters
duração Total: 44 min

Follow the Gold: 4:34  min
Follow the Silver: 2:35  min
Follow the Cooper: 5:55  min
Follow the Iron: 9:21  min
Follow the Tin: 7:26 min
Follow the Lead 6:10  min
Follow the Mercury: 8:58  min


Curadoria Elena Sánchez Velandia*

Vídeo-arte e política na América Latina hoje

Duração total: 2 horas e 20 min

A gente Rio, 2016, 29:29 min

         Carolina Caycedo

Bocas de Ceniza, 2003–2004, 18:07 min

         Juan Manuel Echavarria

Solo de violín, 2010, 17:10 min

         Mario Opazo

Quince, 2012, 20:42 min

         Andrea Aguía

Lígia, 2017, 11:09 min

         Nuno Ramos

About the workers condition before machinery (after Engels), 10:30

         Gabriela Golder

Tercer Mundo, 2017, 11:19 min

         David Escobar Parra

poj poj, 2016, 4:48 min

         Danilo Volpato

Revolution institution, 12:58 min

Roberto Winter



* Os trabalhos serão apresentados no totem do saguão do TUCA

Projeto de Curadoria de Elena Sánchez Velandia

Vídeo-arte e política na América Latina hoje



De acordo com Joseph Kosuth, artista, teórico e uma das principais figuras da arte conceitual estadunidense, a arte não poderia criar conceitos mas desenvolver proposições analíticas ou tautológicas. Assim, a arte só poderia desenvolver conceitos sobre a própria arte e não sobre esferas extra-artísticas, como a política. Além disso, a arte conceitual deveria se livrar de tudo o que tenha um valor « estético » e especialmente daquilo que é considerado poesia.

Ao contrário de Kosuth, os artistas conceituais (ou « conceitualistas ») latino-americanos não trataram o conceito como uma simples representação inteligível da realidade, mas como resultado da relação entre o intelecto e o contexto. Isso possibilita superar a proibição de Kosuth e situar a arte do conceito além da dicotomia kantiana entre o estético e o conceitual. Graças a essa perspectiva, é possível desenvolver uma arte do conceito política que pode ser nutrida pela poesia, pela ironia e pela « estética ».

Essa perspectiva singular parece continuar influenciando artistas latino-americanos de gerações posteriores, que combinam temas que os conceitualistas  quase não exploraram: o feminismo, o pensamento pós colonial, a globalização, as redes sociais, o problema ambiental, etc.

É o caso dos artistas que apresentamos aqui, que utilizam o vídeo tanto como matéria principal do trabalho ou como meio de registro de seus processos de criação.



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