Apontamentos da aula do dia 25/08/2011: segundo encontro da disciplina

A professora, Drª. Lúcia Leão, comentou neste dia o trabalho que os alunos deverão fazer ao longo deste semestre. Deveremos criar um diário de bordo: anotar todas as aulas, todas as leituras que tenham relação com a pesquisa, fichamentos, imagens, entrevistas, dentre outros.
No primeiro momento da aula, discutimos a respeito do conteúdo do texto enviado pela professora: Paradigmas da Comunicação: conhecer o quê?, da autora Vera Veiga França.

•Paradigmas:

-Paradigma dualista, linear esquizóide (trabalha com a oposição). Exemplo: Feio X Bonito, Bom X Ruim (discurso heróico).
-Paradigma da complexidade: os opostos são complementares.
-Paradigma: esquema matriz (a partir destes paradigmas é que se organizam as teorias)
-Teorias: sistematização de conhecimento, corpo organizado de ideia, corpo organizado de conhecimento.

Indicação do livro: “A Sociedade em Rede”, de Manuel Castells, no qual o autor comenta que não tem como falar de sociedade sem falar de tecnologia usada por esta sociedade, sua interação e, de certa forma, sua sobrevivência.

Outro livro indicado foi “A Estrutura das Revoluções Científicas”, do autor Thomas Kuhn, difundindo o conceito de pré-paradigma, paradigma e mudanças de paradigmas. Ele comenta os modeladores de uma comunidade específica, a visão de mundo e de valores. São os paradigmas que dão base para o novo.

Paradigmas são as "realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência" (Kuhn, 2001, p.13). O paradigma é, neste sentido, uma concepção de mundo que, pressupondo um modo de ver e de praticar, compreende um conjunto de teorias, instrumentos, conceitos e métodos de investigação. A aquisição de um paradigma e do tipo de pesquisa mais esotérico que ele permite é considerado por Kuhn um sinal de maturidade da ciência. (SHERER, MARINO e RAMOS, 2005)


As evoluções científicas só evoluíram pela quebra de paradigmas.

No segundo momento da aula, discutimos sobre como construir um projeto de pesquisa. Para se escrever um bom projeto é necessário ter um determinado perfil de pesquisador. Existem três tipos de intelectuais:
•Legislativo: pessoas que querem produzir coisas novas, são questionadoras, são criativas, construtoras, são autores, formam novas leis, criam as próprias leis.
•Executivo: são pessoas que executam, elas apenas fazem e não decidem como fazer, apenas executam.
•Judiciário: pessoas que gostam de julgar, analisar, criticar as obras dos outros, emitem o juízo.

O ideal é que o pesquisador tenha as características dos três intelectuais descritos acima, de uma forma equilibrada.
Qual é a diferença entre tema e objeto da pesquisa?

Para fazer uma boa pesquisa é necessário ter uma questão a ser resolvida, um problema. É a partir deste problema que se tem o recorte do projeto, seu foco e direcionamento.
Uma tese ou uma dissertação tem sempre que se relacionar com o objeto da pesquisa, o tempo todo, como se o objeto da pesquisa fosse uma “estrela guia”, conectando todas as partes do projeto.
Para se ter uma boa fundamentação teórica é necessário ter como fonte de pesquisa os livros técnicos do objeto de pesquisa e da área de concentração do trabalho.

Dica: na fundamentação teórica, não ficar muito tempo em cima de definições, isso é só texto sem recorte, se não fizer as conexões necessárias com o objeto da pesquisa. Da mesma forma, não é necessário fazer um levantamento histórico, pois já foram feitos vários. Na pesquisa, a qualidade é o recorte.

O objeto da pesquisa pode ser recortado com a pergunta.
Exemplo:

Tema: Internet, hacker-ativismo.
Pergunta: Qual é a natureza do processo de comunicação dos hacker-ativistas? Como as ações dos hacker-ativistas influenciam na natureza dos processos de comunicação na internet?
Hipóteses: Inserir os riscos no sistema
-Os riscos já não são mais negados e sim incorporados.
-Seria o “ruído” do processo de comunicação.


No terceiro momento da aula, a discussão versou sobre modelo informacional e modelos das mídias. Para tanto, iniciou-se com o teórico Kettler, o qual questiona se o modelo de comunicação é o que comunica. Para ele, mídia, a priori, é a natureza do processo de comunicação.
Nenhum meio é transparente, nenhum meio é neutro. Os meios constituem nossa relação com o mundo. Os meios definem as condições transcendentais do pensamento.

McLuhan: “o meio é a mensagem”. Meio pensando em rádio, TV, dentre outros meios de comunicação. Não dá para destacar a mensagem do meio.

O digital é uma mídia que pode ser qualquer mídia.

-Emular
-Simular

Exemplo: casa inteligente, o morador consegue ligar o aquecedor em outro ambiente. Sacar dinheiro (mediada pelo digital, mas as ações não funcionam só no meio digital, mas fora também). Tem uma consequência na vida real. Está no digital, mas não só. Meio que pode emular todos os outros.

Modelo pós-midiático:

Cada leitor é também autor.

Modelo dialógico: bilaterais. Exemplo: sala de aula, teatro.
Modelo da complexidade: interlocutor (ele é tanto emissor, quanto receptor, não existe mais emissor e receptor definido). Sentido simbólico: é inserido em um sistema que atua e também recebe.



Referência Bibliográfica:

SCHERER, Magda Duarte ; MARINO, Selma Regina; RAMOS, Flávia Regina Souza. Rupturas e resoluções no modelo de atenção à saúde: reflexões sobre a estratégia saúde da família com base nas categorias kuhnianas. Interface (Botucatu) vol.9 n°.16 Botucatu Sept./Feb. 2005. ISSN 1414-3283. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832005000100005>. Acessado em: 7.set.2011.






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